Quando a Alma Não Quer Ir: O Segredo dos Guias e a Força que Desata Nós
por Santiago Rosa
Ah, minha gente, tem coisa que a gente só entende quando a vida vira do avesso, quando o corpo vira pó e a alma, essa danada, insiste em não largar o que ficou pra trás. É um nó na linha do destino, um grito mudo que ecoa entre o cá e o lá, quando um desencarnado se apega à carne, às lembranças, às dores que a vida terrena deixou. Fica ali, feito assombração, sem conseguir alçar voo, sem encontrar a paz que o outro lado promete.
É um limbo, sim, um lugar de espera e de angústia, onde o tempo parece não passar e o coração, mesmo sem batida, ainda pulsa nas memórias. Desejo que não se cumpriu, mágoa que não cicatrizou, amor que não se despediu. Tudo isso vira corrente, amarra o espírito e não deixa ele seguir o fluxo, o caminho de luz que o espera.
Mas a espiritualidade, essa mãe grande, não desampara filho. Não, senhor! Ela age com a sabedoria dos mais velhos, com a firmeza de quem sabe o que faz. Primeiro, chega um protetor, um guia, um caboclo, um preto velho, um erê, com a voz mansa e o olhar que acalma. Ele se aproxima devagar, sem pressa, como quem chega na beira do rio pra pescar a alma aflita. Tenta a prosa, a conversa miúda, mostra que o lugar daquele espírito não é mais ali, que a carne já cumpriu seu papel e que é tempo de seguir a jornada.
Ele fala com a paciência de quem já viu muita coisa, com o amor que só a espiritualidade sabe dar. Tenta fazer o desencarnado entender que a hora é de desatar os nós, de soltar as amarras, de deixar pra trás o que já não lhe pertence. Mas, ó, nem sempre é fácil, não. A teimosia humana, essa danada, às vezes se estende pra depois da vida. O desencarnado, em sua cegueira, se recusa a aceitar, acredita que ainda tem um pé no mundo, que ainda tem um cafuné pra dar, uma conta pra acertar, um choro pra chorar.
E o protetor, sozinho, por mais luz que tenha, pode não conseguir convencer. É aí que a espiritualidade mostra sua força, sua união, sua falange. O protetor não desiste, não! Ele chama por reforços, por sua gente, por sua linha. Chegam os falangeiros, outros guias, entidades que trabalham juntas, em corrente, em rede de luz. É uma irmandade que se forma, um abraço de energia que envolve aquele espírito perdido, feito um manto de acolhimento.
Esses falangeiros não vêm com a força bruta, não. Vêm com a firmeza da sabedoria, com a palavra que toca, com a energia que vibra. Vão, aos poucos, quebrando as barreiras, desfazendo os nós que prendem o desencarnado. Mostram caminhos, lembram da missão que a alma tem, falam do descanso que espera, da paz que acalma o coração. E, muitas vezes, é essa união de forças, essa corrente de amor, que consegue tocar o fundo daquela alma, que a faz entender que a hora é de seguir, de se entregar à luz.
O trabalho de encaminhamento é delicado, sim, mas é necessário. Ninguém é deixado pra trás, minha gente. A espiritualidade não abandona, não esquece, não desampara. E mesmo quando o desencarnado resiste, o protetor e sua falange não desistem. Continuam ali, firmes, tentando, porque sabem que, lá no fundo, aquela alma também anseia pela liberdade, pela paz. Só precisa de uma mão, de um empurrãozinho, de uma luz pra enxergar o caminho.
E assim, com a paciência dos rios que correm pro mar, com o amor que tudo transforma e com a união de muitas mãos espirituais, o desencarnado finalmente consegue se soltar. Encontra a luz, o caminho de volta pra casa, pra onde precisa estar. E o protetor, junto com sua falange, segue adiante, pronto pra ajudar o próximo que precisar. Porque na espiritualidade, minha gente, ninguém fica pra trás. Todos têm uma chance de encontrar o seu lugar, de seguir seu destino, de brilhar na luz que lhes é de direito. É a lei do retorno, a lei do amor, a lei que rege o universo, aqui e acolá.

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