O Peso da Carne e o Voo da Alma: Quando o Terreiro Encontra o Caminho Leve
por Santiago Rosa
Ah, minha gente, a vida é um emaranhado de fios, uns finos como teia de aranha, outros grossos como corda de navio. E nesse novelo, a carne, essa que nos veste e nos carrega, muitas vezes se apresenta como um fardo pesado, um quinhão de desafios que nos puxa pra baixo, nos enlaça em tentações e nos amarra em limitações. É um peso que, se não soubermos manejar, vira grilhão, impedindo o voo da alma, o bailado do espírito. E a gente, teimosa que só, muitas vezes escolhe carregar essa mochila cheia de pedras sozinha, sem aceitar a mão estendida, a palavra amiga que vem de outros planos, de outras paragens. É um não à leveza, um sim ao caminho espinhoso, ao fardo desnecessário.
“A carne é como uma mochila cheia de pedras,” diz Cabocla Jurema, com sua voz que mais parece um canto de cachoeira, serena e cheia de sabedoria ancestral. “Ela pesa, cansa e dificulta o caminho. Mas a espiritualidade, essa força que nos habita e nos cerca, é como uma mão amiga, um abraço apertado que ajuda a tirar essas pedras, a aliviar o fardo e a seguir em frente com mais leveza. Quem recusa essa ajuda, quem vira as costas para o axé que vem de cima, acaba carregando um peso desnecessário, um sofrimento que não precisava ser.” É a espiritualidade que nos oferece o mapa, a bússola, a luz que ilumina a picada escura. Ela nos mostra como dançar com os desafios da carne, como desviar das tentações que nos espreitam e como encontrar o ponto de equilíbrio entre o que é daqui e o que é de lá, entre o material e o espiritual. Quando a gente abre o coração e aceita essa ajuda, o caminho se descortina, mais claro, mais suave, mais cheio de sentido e de propósito.
“A espiritualidade é como um rio,” ensina Cabocla Jurema, e seus olhos brilham como estrelas na noite. “Ela nos leva para onde precisamos ir, sem esforço, sem peso, num fluxo contínuo de bênçãos e aprendizados. Mas quando a gente recusa essa correnteza, quando insiste em nadar contra a maré, é como remar em seco, sem destino, sem força. O caminho fica mais difícil, mais cansativo, mais pesado, e a gente se perde no meio do nada, sem saber pra onde ir, sem ter quem nos guie.” Quem escolhe não aceitar a espiritualidade, quem se fecha para a voz dos ancestrais e para a sabedoria dos guias, acaba carregando sozinho o peso da carne, sem ter com quem dividir o fardo. Enfrenta os desafios da vida de peito aberto, sem a proteção dos orixás, sem a sabedoria dos ensinamentos que vêm do terreiro, sem o alívio que a conexão com o sagrado traz. Esse peso, minha gente, pode se tornar insuportável, esmagando a alma, levando a frustrações que amargam o coração, a desequilíbrios que desarrumam a vida e a sofrimentos que não precisavam ser vividos.
“O peso da carne é como uma sombra,” diz Cabocla Jurema, e sua voz ecoa como um tambor no peito. “Ele nos acompanha, nos persegue e nos cansa, nos deixando sem ar, sem rumo. Mas a espiritualidade é a luz que dissipa essa sombra, que rasga o véu da ignorância e traz clareza, paz e alívio para a alma. Quem escolhe a luz, quem se entrega à sabedoria dos orixás e à guiança dos guias, escolhe um caminho mais leve, um destino mais brando, uma vida mais plena.” Aceitar a espiritualidade não significa abandonar a carne, não é negar as necessidades do corpo, nem virar as costas para o mundo material. Significa encontrar um equilíbrio, um ponto de harmonia onde o espiritual e o material se entrelaçam, se complementam, trazendo harmonia e plenitude para a existência. Quando a gente se permite ser guiado pela espiritualidade, passamos a carregar o peso da carne com mais consciência, com mais sabedoria, com mais leveza, transformando o fardo em aprendizado, a dor em crescimento.
“A espiritualidade é como um remédio para a alma,” ensina Cabocla Jurema, e um sorriso ilumina seu rosto. “Ela cura as feridas que a vida terrena nos impõe, alivia as dores que a carne nos traz e fortalece o espírito para as batalhas que virão. E assim, com a alma curada, o coração leve e o espírito fortalecido, o caminho da vida se torna mais leve e mais bonito, um verdadeiro jardim florido onde cada passo é uma bênção, cada respiro é um axé. Que possamos sempre aceitar a espiritualidade, essa força que nos eleva, nos guia e nos transforma, para que o peso da carne nunca nos impeça de voar.”

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