A Firmeza que Nem o Vento Leva: A Sabedoria de Cigana Celeste sobre a Constância da Alma
Cigana Celeste, com seu olhar que atravessa véus e desvenda os segredos do mundo espiritual, nos ensina que a firmeza é a arte de se manter íntegro, mesmo quando os ventos da vida sopram com fúria. Ela fala com a voz da experiência, daqueles que já viram tempestades passarem e sabem que o que é verdadeiramente firme não se desfaz, não se abala, não se deixa levar. A tenda do cigano, erguida no meio do deserto ou no coração da floresta, não cai porque é fincada com sabedoria, com confiança e com o respeito às forças da natureza. Assim também deve ser a nossa fé: uma tenda espiritual, bem plantada no chão da existência, sustentada pelos pilares da ancestralidade, dos guias e dos orixás.
O vento, ah, o vento... ele é como as provações da vida. Vem sem aviso, às vezes como uma brisa suave, outras vezes como um furacão que parece querer arrancar tudo pelo caminho. Mas Cigana Celeste nos lembra que o vento não é inimigo. Ele testa, ele desafia, ele purifica. E aquilo que é firme, que está bem fincado, não teme o vento. A ventania pode balançar as lonas da tenda, pode fazer barulho, pode até assustar, mas não derruba o que foi construído com axé, com intenção pura e com a força do sagrado.
Na Umbanda, aprendemos que a fé não é algo estático, não é uma simples crença que se guarda no peito como um tesouro imóvel. A fé é viva, é dinâmica, é uma construção diária. Cada oração que ecoa no terreiro, cada oferenda que deixamos aos pés dos guias, cada passo que damos em sintonia com os orixás, tudo isso são tijolos que fortalecem o alicerce da nossa caminhada espiritual. Não se trata de ignorar o vento, de fingir que ele não existe. Trata-se de saber que, por mais forte que ele seja, não tem o poder de nos arrancar do nosso lugar, porque nosso lugar é sagrado, é nosso por direito e por merecimento.
Cigana Celeste nos fala com a sabedoria de quem já viu muitas almas se perderem no meio da ventania, mas também de quem já viu muitas outras se firmarem e se tornarem inabaláveis. Ela nos ensina que a firmeza não é uma questão de força bruta, mas de conexão. É a conexão com os guias, com os orixás, com a espiritualidade que nos dá a segurança de saber que, não importa o que aconteça, estamos protegidos, amparados, guiados. A tenda do cigano não cai porque ele sabe onde fincar suas estacas, e ele sabe porque ouve os sinais da natureza, porque respeita os ciclos da lua, porque honra os espíritos que o acompanham.
E assim, Cigana Celeste nos convida a refletir: onde estão fincadas as estacas da sua tenda? Em que solo você construiu a sua fé? Se o vento soprar mais forte hoje, o que vai segurar você? A resposta está na firmeza da sua conexão com o sagrado. Honre seus guias, honre seus orixás, honre a sua ancestralidade. Mantenha sua tenda fincada com a certeza de que, quem caminha com o sagrado, nunca está sozinho, nunca está perdido.
Por fim, ela nos lembra que a firmeza não é apenas uma virtude, mas uma escolha. Escolher se manter firme é escolher confiar, é escolher acreditar, é escolher honrar o caminho que foi traçado para você. E quando você faz essa escolha, o vento pode soprar, a tempestade pode vir, mas você permanece. Porque o que é firme, verdadeiramente firme, nem o vento leva.
Santiago Rosa



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