A Palavra de Cabocla Jurema Sobre a Unidade na Umbanda: "A Fé Não Tem Cor"
Cabocla Jurema, com sua sabedoria ancestral e sua voz firme, traz um ensinamento profundo sobre os tempos atuais, em que tantas discussões surgem acerca do que chamam de “embranquecimento da Umbanda.” Ela rejeita categoricamente esse termo e essa visão, apontando que a Umbanda é um espaço sagrado de caridade, união e amor, onde todos os filhos do Pai Maior encontram acolhimento, sem distinção.
A Cabocla nos recorda que a Umbanda nasceu em um berço predominantemente negro, um presente das tradições afro-brasileiras ao mundo espiritual e terreno. No entanto, ao longo das décadas, esse berço foi se expandindo, acolhendo pessoas de diferentes origens, etnias e histórias. Para ela, isso não é motivo de separação ou polêmica, mas sim uma celebração da pluralidade que a espiritualidade promove. “A fé não tem cor, e o Pai Maior não faz distinção entre seus filhos,” ela afirma, com o brilho sereno de quem compreende o verdadeiro propósito da Umbanda.
O Chamado da Espiritualidade
Cabocla Jurema ensina que a Umbanda, desde o início, é um chamado que ecoa nos corações, um convite à caridade, à humildade e ao serviço ao próximo. Este chamado transcende barreiras culturais, sociais ou raciais. A espiritualidade não olha para o couro, mas para a essência. E aquele que sente esse chamado e se coloca a serviço da luz e do bem é acolhido pelos guias, orixás e entidades com o mesmo amor e respeito.
Ela ressalta que, embora a Umbanda tenha suas raízes no povo preto, com suas tradições, conhecimentos e práticas ancestrais, essa origem não é um limite. É uma fundação sólida, um alicerce que cresce, se adapta e acolhe. Como uma árvore que, mesmo tendo raízes profundas, estende seus galhos para abraçar o céu, a Umbanda se fortalece na diversidade.
O Verdadeiro Preceito da Umbanda
Para Cabocla Jurema, a essência da Umbanda está no acolhimento e na união. “Umbanda não separa, Umbanda agrega,” ela diz, com a certeza de quem compreende o papel da fé em tempos de transformação. Separar pela cor da pele é um desvio do propósito maior, que é promover paz, cura e evolução espiritual.
Ela também nos alerta que aqueles que alimentam discursos de separação e superioridade dentro da Umbanda não estão verdadeiramente alinhados com os preceitos dessa fé. O umbandista, ensina a Cabocla, deve ser exemplo de união, respeitando as origens e honrando a diversidade que a espiritualidade traz. A caridade, base fundamental da Umbanda, só se realiza plenamente quando é feita sem julgamentos, sem barreiras e sem interesses.
Reflexão e Caminho
Cabocla Jurema nos convida a refletir profundamente sobre nossas atitudes e pensamentos. Em tempos de debate e divisões, ela nos lembra que o propósito maior da Umbanda é unir e curar. O coração de um umbandista deve pulsar com amor, compaixão e humildade, sempre pronto a acolher e ajudar.
A espiritualidade trabalha para fortalecer quem pratica o bem e o amor universal. Se o coração está aberto, se a intenção é verdadeira e se há firmeza no propósito, a espiritualidade não mede a cor da pele, mas a luz da alma.
“Umbanda é o chão de todos os filhos, um caminho para a união. Quem caminha nesse solo deve fazê-lo com respeito, gratidão e amor, lembrando que o Pai Maior não faz distinção entre seus filhos,” finaliza Cabocla Jurema.
Que possamos nos alinhar com esse ensinamento e fortalecer a Umbanda como espaço sagrado de união e caridade, lembrando sempre que “a fé não tem cor, mas o amor é universal.”
Santiago Rosa




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