Jurema e o Amor que Renasce
Há histórias que não se perdem com o tempo, porque vivem em nós como um eco de saudade, como um perfume de mata que insiste em permanecer. A de Jurema é uma dessas. Cabocla de pena, ela caminha com a leveza das folhas que dançam ao vento, mas carrega a força das raízes que nunca se arrancam. E, acima de tudo, Jurema ama. Ama com a verdade de quem não teme a entrega. Ama com a lealdade de quem já deu tudo, até mesmo a si própria.
Dizem que Jurema, em uma batalha pela terra e pela alma de quem amava, não hesitou. Lutou como quem sabe que o amor vale qualquer sacrifício. E, quando o último suspiro veio, ela não partiu. Jurema ficou. Não na carne, que é breve, mas no coração da floresta, nas águas que murmuram suas canções, e nas ervas que ela mesma cuida, como um presente para curar os que chegam até ela.
Jurema não ensina apenas a curar feridas. Ensina a amar. E amar, ah, é mais do que sentir. É estar disposto a enfrentar as tempestades, a carregar o outro no colo, mesmo que seus próprios pés vacilem. Amar, ela nos mostra, é um ato de coragem, e também de renascimento. Porque aquele que ama de verdade nunca vai embora. Ele fica. Na memória, no gesto, no sussurro do vento.
E assim é Jurema: leal como a sombra das árvores ao meio-dia, constante como o rio que insiste em correr para o mar. Cada flecha que ela lança carrega a certeza de que o amor é a força que move mundos. E, ao firmar o ponto com suas ervas e palavras doces, Jurema nos olha, com olhos que sabem mais do que qualquer um de nós, e diz sem dizer: "Defender o amor é sempre a batalha mais bonita."
Quem a escuta entende. E, por um instante, sente-se parte daquele amor que tudo transforma. Um amor que cura, protege e nunca morre. O amor de Jurema.
Santiago Rosa
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