O Último Axé: A Indagação de Vovó Maria do Rosário que Vai Mudar Sua Visão sobre a Vida e a Morte
por Santiago Rosa
No silêncio que antecede o derradeiro suspiro, quando a cortina da vida terrena se anuncia para se fechar, ecoa uma indagação ancestral, um chamado que atravessa os véus do tempo e do espaço. Não é um grito de desespero, mas um sussurro de sabedoria, proferido por quem já trilhou muitos caminhos e viu muitas partidas: "Você está preparado, fio?" Essa é a voz de Vovó Maria do Rosário, entidade de luz e guia de tantos corações, que, no limiar do desencarne, nos convida a uma reflexão profunda sobre o amor, o desapego e a continuidade da existência. Sua pergunta, carregada de axé e de um carinho que só uma avó espiritual pode ofertar, não busca uma resposta imediata, mas sim um compromisso, uma postura diante do que é inevitável e, ao mesmo tempo, transformador.
"Deixar ir também é amar, entender o fim de um ciclo também é amar, respeitar as escolhas daquela vida também é demonstração de amor." Essas palavras, que emanam da boca de Vovó Maria do Rosário, são um bálsamo para a alma em luto, um ensinamento que transcende a dor da perda. Ela nos lembra que o amor verdadeiro não aprisiona, não se apega ao que já cumpriu seu propósito. É um amor que compreende a impermanência, que abraça a transição com a mesma fé com que se abraça a chegada. A oralidade umbandista, tão presente em suas falas, nos conecta com a ancestralidade, com a sabedoria que vem de longe, de outros planos, de outras existências. É a voz do terreiro que ecoa, trazendo conforto e direção, mostrando que a vida é um rio que segue seu curso, e que a morte é apenas uma curva, um novo horizonte a ser desvendado.
Quando realizamos com essas orientações, a pergunta de Vovó Maria do Rosário estará respondida. "Estou preparado, Vovó Maria do Rosário." Essa é a resposta que brota do coração que compreendeu a mensagem, que se permitiu amar sem amarras, que aceitou o fluxo da vida e da morte como partes indissociáveis de uma mesma jornada. A preparação não é um estado de ausência de dor, mas de plenitude de amor, de consciência de que o fio que nos liga aos nossos entes queridos não se rompe com o desencarne, mas se transforma, se eleva, se eterniza na memória e no coração. Assim, a grande indagação de Vovó Maria do Rosário, diante do derradeiro, se dissolve na certeza de que o amor, em sua essência mais pura, é a única e verdadeira preparação para todas as passagens.
O Desencarne na Visão de Vovó Maria do Rosário: Uma Passagem de Luz
Para Vovó Maria do Rosário, o desencarne não é um evento a ser temido, mas uma etapa natural e sagrada da jornada da alma. É o momento em que o espírito, liberto das amarras do corpo físico, retorna à sua essência, ao plano espiritual de onde veio. Ela nos ensina que a morte não é o fim, mas uma transição, um portal para novas experiências e aprendizados. Em suas palavras, carregadas de sabedoria ancestral, o desencarne é a "volta para casa", para o Orun, o mundo dos Orixás e dos ancestrais. Essa visão, tão presente na Umbanda, nos convida a encarar a partida de um ente querido com serenidade e fé, compreendendo que o amor que nos une transcende as barreiras da matéria e do tempo.
Quando um fio da nossa teia se prepara para a grande viagem, Vovó Maria do Rosário nos orienta a não nos apegarmos à dor da separação, mas a elevarmos nossos pensamentos e sentimentos. Ela nos lembra que a energia do amor e da paz é o maior bálsamo para quem parte e para quem fica. O choro, a tristeza, são naturais e humanos, mas não devem aprisionar o espírito que se liberta. Pelo contrário, devemos emanar luz, gratidão e aceitação, criando um campo vibracional de acolhimento para o desencarnante. É como se estivéssemos abrindo as portas do terreiro espiritual, com cânticos e defumações, para que o irmão ou irmã possa seguir seu caminho em paz, amparado pela força dos guias e orixás.
O Que Oferecer para uma Passagem Amparada pela Espiritualidade
A grande indagação de Vovó Maria do Rosário, "Você está preparado, fio?", se estende também à nossa capacidade de auxiliar aqueles que se preparam para o desencarne. O que podemos oferecer para que essa passagem seja amparada pela espiritualidade? Vovó nos ensina que o maior presente é o amor incondicional, a compreensão e a permissão para que o espírito siga seu curso. Não se trata de rituais complexos ou oferendas materiais, mas de atitudes do coração que reverberam no plano espiritual.
Primeiramente, a presença amorosa e serena. Estar ao lado do ente querido, mesmo em silêncio, transmitindo paz e carinho, é um ato de profundo amor. Conversar com ele, se possível, sobre a beleza da vida, sobre o amor que o cerca, sobre a certeza de que não estará sozinho em sua jornada. Evitar o desespero e a lamentação excessiva, pois essas energias podem dificultar o desprendimento do espírito.
Em segundo lugar, a oração e a elevação de pensamentos. A prece, em qualquer credo, é uma ponte que conecta os planos. Orar pelo desencarnante, pedindo aos guias e mentores espirituais que o acolham e o conduzam, é fundamental. Visualizar o espírito sendo envolvido por uma luz branca, por seres de luz, por seus ancestrais, é uma forma poderosa de auxílio. A fé e a confiança na espiritualidade são pilares que sustentam essa passagem.
Terceiro, o perdão e a gratidão. Perdoar a si mesmo e ao outro, por quaisquer desavenças ou mágoas, é um ato de libertação para ambos os lados. A gratidão pela convivência, pelos ensinamentos, pelos momentos compartilhados, cria um laço de amor que se mantém, mesmo após a partida. Vovó Maria do Rosário nos lembra que o amor é a única moeda que levamos e que nos espera do outro lado.
Por fim, o desapego. Entender que o corpo físico é apenas um invólucro, e que o espírito é eterno, nos ajuda a desapegar. Permitir que o ente querido siga seu caminho, sem apegos que o prendam à matéria, é a maior prova de amor. É a certeza de que, embora a saudade possa apertar, o reencontro, em algum momento, acontecerá, em outras esferas, em outros tempos. A pergunta de Vovó Maria do Rosário, então, se transforma em uma afirmação: "Estou preparado, Vovó Maria do Rosário", pois compreendi que o amor é a chave para todas as passagens, e que a vida, em sua plenitude, é um eterno recomeçar.



ESTE TEXTO É UM REFRIGERIO PARA O ESPÍRITO! 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏❤️❤️❤️❤️❤️
ResponderExcluirVerdade né? Vó Maria do Rosário consegue tão bem isso né?
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